Velo Clube Supera Santos: Análise da Derrota e Desafios no Paulista

Desempenho Aquém do Esperado: Santos Luta para Implementar Ideias de Jogo

A trajetória do Santos no Campeonato Paulista tem sido marcada por uma dualidade intrigante. Por um lado, o técnico Pedro Caixinha expressa um discurso alinhado, com propostas de jogo claras e condizentes com o anseio da torcida. Por outro, a prática em campo tem se mostrado preocupante, com o time incapaz de concretizar o que é prometido.

Após um início promissor contra o Mirassol, onde se viu 45 minutos de um futebol que refletia o estilo de Caixinha, o Santos apresentou um desempenho instável nas partidas seguintes. A equipe se tornou reativa, por vezes desorganizada e cometeu erros em profusão. Essa inconsistência culminou na derrota para o Velo Clube, a segunda do Peixe no campeonato.

É crucial considerar que a escalação para o confronto com o Velo Clube contou com diversas mudanças, incluindo estreias de jogadores tanto no clube quanto na temporada. Contudo, mesmo diante dessas circunstâncias, esperava-se uma postura mais consistente e uma entrega superior por parte da equipe.

A Falta de Efetividade e a Fragilidade Defensiva do Santos

Embora o Santos tenha mantido o domínio da posse de bola no primeiro tempo, essa superioridade não se traduziu em oportunidades claras de gol. A agressividade e o jogo incisivo, que forçam o goleiro adversário a trabalhar, estiveram ausentes. No segundo tempo, mesmo com a entrada de jogadores considerados titulares, o Peixe se viu pressionado pelo Velo Clube, que abriu o placar após o goleiro Gabriel Brazão ter feito importantes defesas.

Diferentemente do que foi observado no empate contra a Ponte Preta, o time de Pedro Caixinha não demonstrou capacidade de reação após sofrer o primeiro gol. Pior ainda, a equipe sofreu o segundo gol em uma jogada de bola parada, um problema recorrente nesta temporada. Em quatro partidas, foram quatro gols sofridos de maneira semelhante, evidenciando uma fragilidade defensiva preocupante.

Caixinha já expressou, em diversas ocasiões, sua confiança no projeto do clube, no elenco disponível e na necessidade de aumentar a competitividade da equipe. O técnico implementou uma filosofia baseada em quatro pilares: "ter a bola é atacar o gol, perder a bola é atacá-la em seguida, sem a bola é buscar recuperá-la e recuperar a bola é atacar o gol: buscar o primeiro passe sempre para frente." No entanto, esses princípios não têm sido aplicados de forma consistente em campo, com exceção do primeiro tempo do jogo de estreia no campeonato. O Santos enfrenta dificuldades na criação de jogadas, na marcação da saída de bola do adversário e na imposição de um volume de jogo efetivo.

Necessidade de Reforços e a Pressão por Resultados

A direção do Santos tem como meta um projeto de médio e longo prazo. No entanto, no futebol, os resultados são cruciais. O elenco precisa demonstrar em campo aquilo que é treinado e prometido, antes que os pilares de Caixinha comecem a desmoronar. É evidente a necessidade de reforços que se encaixem na proposta de jogo e na forma de trabalhar do treinador. Essa demanda deve ser levada à diretoria, que teve um planejamento atrasado e agora corre contra o tempo.

Apesar dos desafios, o Santos já mostrou que tem potencial para entregar mais do que tem apresentado nos últimos três jogos. Não se trata necessariamente de uma sequência de vitórias, mas sim de uma postura mais competitiva e reativa. Afinal, um terço da primeira fase do campeonato já se foi, e caso o time não se recupere, poderá enfrentar dificuldades na temporada.

A expectativa e a apreensão andam juntas no Santos . O time precisa encontrar um equilíbrio entre o discurso do técnico e a prática em campo. A torcida espera ver uma equipe que corresponda às expectativas e que mostre evolução a cada partida. "O problema é que, em campo, não tem sido possível ver os quatro pilares em funcionamento. Foram vistos somente no primeiro tempo da estreia no Paulista."