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Fábio Carille: "Preciso Saber o Que é Bom para Mim e para o Clube"

Por Redação FutSantos em 28/10/2024 22:19

O Futuro de Fábio Carille no Santos: Uma Discussão Necessária

O técnico Fábio Carille, após o triunfo do Santos sobre o Ituano por 2 a 0, na 34ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro, deixou no ar a possibilidade de permanecer no comando do Peixe em 2025. Apesar do discurso estratégico de focar no acesso à Série A, Carille reconheceu a importância do Santos , mas salientou a necessidade de discutir com a diretoria o que é melhor para o clube e para ele.

Em entrevista coletiva, o treinador, com cautela, declarou: "Ficar no Santos , uma camisa desse tamanho, não tem como falar não. Preciso saber o que é bom para mim e para o clube. Não conversamos nada sobre reforços. Talvez, depois do jogo do Vila Nova, se as coisas clarearem, pode ser que aí sim começa. Mas tenho certeza que os profissionais que estão ali estão cuidando de algumas coisas que tem que cuidar para, na frente, ficar mais fácil para definir. Ainda não foi conversado nada sobre isso e não vejo como momento para isso."

Análise do Trabalho de Carille: Reconstrução e Objetivo Principal

Carille fez uma análise do trabalho desenvolvido no Santos durante a temporada, reconhecendo os desafios da reconstrução e os pontos positivos alcançados. Ele admitiu que o time poderia ter ido melhor na Série B, mas ressaltou que o objetivo principal, o acesso à Série A, está próximo de ser concretizado.

O treinador, com a convicção de um líder, afirmou: "Ano de reconstrução sempre tem problemas e temos muitos. Temos que resolver jogo a jogo, características e conhecendo, vendo e entendendo. Motivando também. A Série B para muitos jogadores aqui temos que motivar todos os dias e muitas vezes a gente não consegue. Um ano super especial. Chegar na final do Paulista, onde anos o torcedor não sentia de chegar em uma decisão, de lotar estádio e ter a expectativa de poder levantar o troféu. Muitos achavam que não chegaríamos e chegamos. Pegamos um Palmeiras com um trabalho consolidado e, do nosso jeito, fizemos uma final muito interessante.

- No Brasileiro, é claro que a gente queria estar um pouco melhor, não estamos. Mas vamos conseguir o objetivo principal que é estar na Séria A de 2025. Me sinto bem, com respaldo dentro do CT enorme. Se não tivesse esse respaldo não estaria aqui hoje. Vocês sabem bem disso. O ambiente interno com diretoria, comissão e atletas é maravilhoso."

A Estratégia de Jogo: Serginho e Posse de Bola

Carille explicou a escolha por Serginho como titular no jogo contra o Ituano, buscando ter mais posse de bola e controlar o jogo, mesmo que isso implicasse em perder agressividade pelo lado direito do ataque.

O técnico, com uma visão estratégica, detalhou: "Quando se joga com dois meias, você tem mais controle do jogo. Perde agressividade pelo lado, mas fica mais com a bola. O Serginho é um meia que gosta de ter a bola, com muita qualidade técnica. A ideia foi essa. Fora de casa, entregamos a bola muito rápido aos adversários em outros jogos. Ficamos correndo demais. A ideia foi ter um controle melhor do jogo, entrar no campo adversário com a bola nos pés. Com dois ou três treinos que fizemos, o resultado foi bem legal."

A Importância da Atitude: Um Desafio para o Grupo

Carille demonstrou preocupação com a oscilação de desempenho do time, principalmente fora de casa, e a necessidade de ter uma atitude mais consistente dentro de campo.

O treinador, com um tom de alerta, mencionou: "Nosso grupo parece que gosta de desafios. Faz um jogo com muita intensidade em casa e depois sai devagar lá em Goiânia devagar. Depois temos um jogo contra o Mirassol intenso, um time do Mirassol bom. Ganhamos o jogo. E vai para Chapecó e vai devagar. Parece que gosta de assumir responsabilidade com resultados que não foram bons. Além de resultado, a participação dentro de campo não foi legal, e tem que provar no outro dia. Passou esse jogo, esse último jogo nosso contra o Ceará, e já chamei todo mundo para falar sobre isso. Começa a ligar, não adianta ficar só da boca para fora. Mais do que falar é ter atitude dentro de campo. Nossa atitude foi muito legal, muito boa. Isso que tenho que trabalhar. São jogadores de qualidade, inteligentes, que já viveram muita coisa no futebol, muito experiente. Mas é o trabalho meu e da comissão de deixar eles motivados o tempo todo."

O Acesso e a Possibilidade de Subir em Casa

Carille demonstrou cautela em relação ao acesso matemático, mas deixou claro a importância de manter o foco e buscar a vitória em casa contra o Vila Nova. O treinador também vislumbrou a possibilidade de o Santos voltar à Série A em casa, diante do seu torcedor, em um momento de grande emoção.

Com um olhar estratégico e esperançoso, Carille disse: "Matematicamente não estamos ainda (classificados). Temos que respeitar muito o futebol. Já vimos muitas coisas. É deixar esses caras ligados para esse jogo em casa. Uma vitória, respeitando o Vila Nova, mas se impondo dentro de casa. Com 65 pontos não tem erro. Estamos com 62, faltam 12 pontos para disputar. O Ceará tem 54. Se ganhar as quatro chega a 66. Então, vamos passo a passo, focar no Vila Nova, procurar os três pontos em casa para, aí sim, projetar o segundo passo.

- Vamos rodada a rodada, jogo a jogo. Cada jogo é uma decisão. Seria um privilégio para nós, onde o Santos caiu num jogo contra o Fortaleza, você pode voltar matematicamente conforme outros resultados, poder voltar diante do torcedor. Daqui um pouco, o choro de tristeza que teve vira um choro de alegria. Aí junto com diretoria entender o que vai ser 2025, o que vai ser feito, se vai ter continuidade ou não. Algo que está bem quieto e tem que estar mesmo. Não podemos tirar o nosso foco. Tenho certeza que a diretoria tem trabalhado bastante. Algumas coisas estou sabendo, eles me deixam a par. Mas a gente precisa sentar e ver o que é melhor para o Santos , para o clube, para todos."

Patrick e a Questão de Valores: "Não me Interessa"

Carille foi enfático ao afirmar que a questão de valores não interfere em suas decisões, e que o desempenho e a entrega no dia a dia são os fatores que determinam a presença de um jogador em campo.

Com um tom de firmeza e convicção, o treinador declarou: "Vou começar te respondendo a respeito de valores. Isso dentro do meu grupo eu não quero nem saber. Se fosse assim, Chermont e Jair não vão jogar nunca. Ali é dia a dia. O Patrick treina bem, se eu colocar, eu sei que ele dará resposta. Mas o time se desenhou sem ele. O Basso está aqui ao meu lado e pode falar. É um cara que corre, que ajuda dentro do vestiário. Não sei quanto ele ganha, não me interessa. Se fosse valor, o titular hoje seria o Renan, e não o Diógenes. Mais do que valor, é olhar quem está bem e colocar dentro de campo. Não é valor que vai determinar quem vai jogar ou não. Cada um tem seu valor, discute com o clube quanto tem ganhar. Não posso levar isso para o campo. Não tenho nada para reclamar do Patrick, pelo contrário. É um cara que não tem participado dos jogos, mas que ajuda demais no dia a dia."

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