Legado de Lima: Ídolo do Santos, Glórias e a Eterna Admiração por Pelé

O Adeus ao Curinga da Vila: Uma Lenda Santista

O futebol brasileiro perdeu um de seus grandes ícones nesta segunda-feira. Antônio Lima dos Santos, o eterno "Curinga da Vila", faleceu aos 83 anos, após um mês de internação devido a problemas renais e cardíacos. O Santos Futebol Clube, em sinal de respeito e luto, decretou sete dias de luto oficial, com a bandeira hasteada a meio mastro. Em breve, serão divulgadas informações sobre o velório e sepultamento deste ídolo que marcou época.

Lima, figura emblemática do Santos , atuou no clube entre 1961 e 1971, período em que conquistou títulos memoráveis, incluindo o bicampeonato mundial em 1962 e 1963, a Copa Libertadores da América também em 1962 e 1963, e a Recopa Mundial de 1968. Além disso, foi hexacampeão brasileiro (1961, 1962, 1963, 1964, 1965 e 1968) e heptacampeão paulista (1961, 1962, 1964, 1965, 1967, 1968 e 1969), consolidando seu nome na história do futebol nacional.

A Trajetória de um Craque: Do Juventus ao Santos

Nascido em São Sebastião do Paraíso, Minas Gerais, Lima iniciou sua jornada nos campos de futebol em equipes juvenis amadoras de São Paulo. Sua habilidade chamou a atenção de Osvaldinho, ex-jogador do Palmeiras, que o encaminhou para as divisões de base do Juventus. Aos 16 anos, Lima assinou seu primeiro contrato profissional com o clube da Mooca. O técnico José Carlos Bauer, visionário, logo o promoveu para a equipe principal, reconhecendo seu talento como lateral.

Foi no Juventus que Lima testemunhou um dos momentos mais marcantes da carreira de Pelé: um gol antológico, em 2 de agosto de 1959, onde o Rei driblou três adversários antes de balançar as redes. Naquele dia, Lima atuou no meio-campo, posição que costumava alternar com a lateral direita. Essa versatilidade o credenciou a ser indicado pelo técnico Lula ao Santos , em 1961.

A Consagração no Santos e a Relação com Pelé

Lima vestiu a camisa do Santos em 692 partidas, marcando 63 gols, números que o colocam como o quarto jogador que mais vezes defendeu o clube, atrás apenas de Pelé, Zito e Pepe. Sua trajetória não se limitou ao clube: Lima também representou a Seleção Brasileira em 18 jogos, com seis gols marcados, incluindo a participação na Copa do Mundo de 1966, como titular no meio-campo.

O legado de Lima no Santos é inegável. Sua polivalência em campo, atuando tanto na lateral quanto no meio-campo, o tornou um jogador fundamental na história do clube. Sua relação com Pelé, não apenas como companheiros de equipe, mas também de admiração mútua, é um capítulo à parte. Lima sempre expressou grande respeito e carinho pelo Rei do Futebol, e vice-versa. Os dois construíram uma parceria de sucesso que marcou época no futebol mundial.

O Legado Além dos Gramados: Uma Vida Dedicada ao Futebol

Após sua passagem pelo Santos , Lima atuou no Jalisco Guadalajara, do México, entre 1971 e 1974. Ainda passou pelo Fluminense e pelo Tampa Bay Rowdies, dos Estados Unidos, antes de se aposentar na Portuguesa Santista. Mesmo fora dos gramados, Lima continuou sua ligação com o Santos , atuando como coordenador e treinador nas categorias de base. Sua importância para o clube era tamanha que ele participava ativamente de eventos e ações de marketing, sendo sempre lembrado como um ídolo eterno.

No ano passado, Lima participou das apresentações dos jogadores Otero e Luan Peres, demonstrando sua contínua ligação com o clube. Sua partida deixa uma lacuna no coração de todos os santistas e amantes do futebol, mas seu legado permanecerá vivo na história do esporte. A admiração por Pelé e a dedicação ao Santos são marcas indeléveis de sua trajetória, que será sempre lembrada com respeito e gratidão.