Santos FC: A Turbulência nos Bastidores e o Futuro Incerto

Mudanças e Conflitos no Santos FC

O recente diagnóstico do CEO Paulo Bracks, que chegou ao Santos em junho, desencadeou uma série de debates internos sobre o futuro de diversos profissionais do clube. Reuniões com o Comitê de Gestão foram realizadas para avaliar a situação e buscar soluções. A permanência de Alexandre Gallo, diretor recomendado por Marcelo Teixeira ao ex-presidente Andrés Rueda, foi um dos principais pontos de discussão. Sua manutenção no cargo, mesmo com questionamentos, demonstra a influência do presidente Marcelo Teixeira, considerando que Gallo é amigo da família.

Apesar das discussões internas, a decisão foi pela permanência de Gallo, evidenciando a força da relação entre o presidente e o diretor. Entretanto, a diretoria optou por uma estratégia de mitigação de conflitos, buscando equilibrar a situação com a contratação de um novo profissional para auxiliar na organização do departamento de futebol.

Guilherme Sousa, ex-Coritiba e profissional bem avaliado por Bracks, foi anunciado como reforço. Sua experiência e a relação prévia com Gallo foram fatores-chave na escolha, pois se espera que ele consiga gerenciar com eficácia as complexas dinâmicas internas.

Foto: (Liamara Polli/AGIF)

Impactos da Gestão e Desconfianças Internas

A chegada de Guilherme Sousa visa amenizar os problemas gerados pelas ações de Gallo, que causam desconforto interno e externo. A lentidão nas negociações de mercado, a falta de contratações e a indefinição sobre as saídas e permanências de atletas após a conquista do acesso à Série A, em novembro, demonstram ineficiência.

Relatos de empresários apontam dificuldades em negociar com Gallo, corroborando a percepção de lentidão e ineficiência na gestão. Além disso, a insatisfação se estende a alguns jogadores e empresários devido a promessas não cumpridas de premiações e problemas financeiros.

Um episódio envolvendo o Sport Club do Recife exemplifica a forma de atuação de Gallo. O acordo para o pagamento da multa de Lucas Lima, que previa parcelamento com o departamento financeiro do Santos , foi ignorado. Gallo exigiu o pagamento integral, e o clube não recebeu nada, comprometendo uma possível venda definitiva do jogador.

Pressões e o Futuro de Gallo

A presença de assessores da presidência em reuniões do departamento de futebol, mesmo sem cargos oficiais, gera ainda mais desconforto. Um episódio em setembro, envolvendo Alex Fabiano ("GG"), assessor que tentou invadir a roda de oração dos jogadores, demonstra a instabilidade e a falta de clareza na estrutura de poder do clube.

Apesar das polêmicas e da falta de unanimidade em relação ao seu trabalho, Alexandre Gallo permanece no cargo com o apoio do presidente Marcelo Teixeira. Sua permanência até o fim do ano, no entanto, está condicionada à melhora do desempenho no mercado de transferências nas próximas semanas.

A situação no Santos FC é complexa e exige uma análise criteriosa. A falta de planejamento, as decisões questionáveis e as tensões internas colocam em risco a performance do clube na próxima temporada. A eficácia das medidas tomadas para contornar os problemas gerados pela gestão de Gallo e a capacidade de reação da diretoria serão cruciais para o futuro do time.