Retorno à Série A: Santos inicia preparação com pontos de atenção

Ausência da torcida

Um dos fatores que o Santos terá que lidar é a ausência da torcida no início da Série B. Apesar de ter conseguido um acordo para reduzir a pena imposta pelo STJD, o Peixe ainda jogará os três primeiros jogos como mandante com portões fechados. O apoio das arquibancadas foi parte importante no vice-campeonato paulista do Peixe. No momento mais difícil da história do clube, os torcedores abraçaram a equipe, chegando a bater recordes de público na temporada em estádios rivais, como a Neo Química Arena, do Corinthians. Além de empurrar a equipe, os santistas também impulsionaram o programa de sócio-torcedor, aumentando uma receita que esteve estagnada nos últimos anos. O clube já atingiu o número de 48 mil associados e mira chegar aos 50 mil.

Laterais

Em campo, o técnico Fábio Carille terá como um dos objetivos a definição em relação às laterais da equipe. No lado direito, Aderlan foi titular durante quase todo o Campeonato Paulista. Entretanto, o experiente jogador acompanhou o crescimento do jovem JP Chermont, de 18 anos, que passou a ser sombra para a função. Com passagens pela seleção brasileira de base, JP Chermont tem agradado a Carille e pode ganhar mais espaço no time. Além disso, o treinador também quer observar como Rodrigo Ferreira irá se comportar em campo. Situação semelhante é vivida na lateral esquerda. Felipe Jonatan teve um bom início de ano, mas sofreu com oscilações e caiu de rendimento na fase final do Paulistão. Hayner, contratado como lateral-direito inicialmente, foi bem quando improvisado no outro lado do campo e aumentou a disputa por posição na esquerda. Contudo, o jogador foi mal na decisão contra o Palmeiras, tendo participação direta no segundo gol do rival, que selou a derrota no Allianz Parque. Além da dupla, Fábio Carille também conta com Souza. O jogador tem 17 anos e uma trajetória semelhante à de JP Chermont. Jovem, com passagem por seleções de base e que agradou quando teve oportunidade em campo.

Reforços

O primeiro ponto de atenção do Santos é a chegada de reforços. O lateral-direito Rodrigo Ferreira, que disputou o Campeonato Paulista pelo Mirassol, foi o primeiro jogador a chegar para a disputa da Série B. Porém, o próprio presidente Marcelo Teixeira já adiantou que o clube deve anunciar, nos próximos dias, a chegada de alguns reforços pontuais. O Santos tem até o dia 19 deste mês para registrar novos atletas. Os principais jogadores do elenco não devem sair neste momento. O atacante Marcelinho, que está emprestado pela Tombense, deve deixar o Peixe para defender o Juventude. Atento ao mercado, o clube deve reforçar, principalmente, o setor ofensivo.

Armação

A função do camisa 10 também é um ponto para o técnico santista. Giuliano, hoje, é titular incontestável. Apesar de ausente em boa parte do Campeonato Paulista devido a uma lesão, o meia de 33 anos correspondeu quando esteve em campo. Porém, Carille teve dificuldades quando Giuliano esteve ausente para encontrar um substituto. Cazares, o reserva imediato, ainda não agradou e teve participações tímidas. Otero foi outro jogador testado na função. Mas, o meia-atacante tem atuado melhor aberto pelo lado direito do ataque do que centralizado. Uma opção dentro do atual elenco poderia ser Miguelito. Considerado uma joia, o boliviano ainda não teve oportunidades com o treinador. Existe a possibilidade do clube ir ao mercado futuramente para buscar mais um atleta para a posição.

Centroavante

A referência do ataque passa pela mesma situação que o meia armador no Santos . Hoje, Julio Furch é o dono da camisa 9. O argentino marcou três gols no Paulistão e já foi colocado pelo próprio Fábio Carille como o titular. O problema é quando não for possível contar com ele. O primeiro nome para substituí-lo é o de Morelos. Porém, o estilo de jogo do colombiano não encaixou ao modelo adotado pelo técnico e o Santos teve uma queda de rendimento com o jogador em campo. Além da dupla estrangeira, Willian Bigode também atuou por ali, mas não é uma posição em que esteja confortável para desenvolver o melhor futebol, preferindo ser um atleta que atua como um "falso 9" ou próximo ao homem de referência.