Análise Tática do Santos: Desafios e Soluções para Equilibrar o Elenco em 2025

O Dilema Tático de Soteldo e o Equilíbrio da Equipe

O Santos, para o bem e para o mal, depende de Soteldo. O jogador venezuelano, conhecido por seu talento em desequilibrar as defesas adversárias e criar chances de gol, também gera um desequilíbrio no aspecto defensivo da equipe devido à sua postura tática. Esta é a complexa questão que o técnico Pedro Caixinha precisa solucionar nesta temporada. Ao mesmo tempo em que Soteldo é crucial para o ataque, o time precisa de um equilíbrio e organização para lidar com a sua "indisciplina tática".

Essa problemática ficou mais evidente durante o confronto contra o Palmeiras, onde o time adversário, com uma organização mais sólida, dominou o meio-campo no segundo tempo. A entrada de Rômulo e Marcos Rocha pelo Palmeiras expôs a fragilidade do meio-campo santista. Para tentar reequilibrar a partida, Lucas Braga foi substituído por Tomás Rincón, uma medida que visava fortalecer a presença no setor.

Conforme palavras do próprio treinador: ?Naquele momento estávamos desequilibrados no meio de campo. Soteldo é muito bom jogador, mas indisciplinado taticamente. Quando isso acontece, temos que ter soluções no banco para manter os jogadores com criatividade e equilibrar a equipe. Nesse momento era ter um meio com mais presença. Não tem a ver com o Lucas (Braga), mas com tomada de decisão para ajudar a equipe. Conseguimos equilibrar o que tínhamos de desequilíbrio no meio de campo, fruto da criatividade de um jogador e indisciplina tática ao mesmo tempo?.

As Mudanças Táticas de Caixinha na Pré-Temporada

Na pré-temporada, a estratégia inicial de Caixinha incluía Hyan no meio-campo e Soteldo aberto pela ponta direita, com Diego Pituca atuando mais à frente, próximo à área. No entanto, após o jogo-treino contra o Athletic, o técnico promoveu alterações, colocando Lucas Braga no ataque e centralizando Soteldo no meio-campo. Essa mudança visava liberar o venezuelano da obrigação de recuar tanto para fechar a segunda linha defensiva.

Na estreia do Campeonato Paulista, Guilherme, pela esquerda, e Lucas Braga , pela direita, foram incumbidos de recuar para acompanhar as subidas dos laterais adversários e compactar a equipe. Enquanto isso, Soteldo subiu para pressionar a saída de bola dos zagueiros, juntamente com Wendel Silva. Contra o Palmeiras, Thaciano, Lucas Braga e Hayner tiveram essa mesma responsabilidade pelo lado direito, mas o Santos ainda enfrentou dificuldades, culminando no gol de empate do adversário.

A Busca por Equilíbrio e a Necessidade de Reforços

Nos treinamentos, Pedro Caixinha tem se dedicado a encontrar um equilíbrio para que o talento individual de Soteldo possa brilhar sem comprometer a solidez da equipe. No entanto, o treinador enfrenta outro problema: a limitação do elenco, especialmente no meio-campo. Caixinha expressa essa dificuldade ao afirmar: ?Todo estímulo leva a adaptação. Mas ele tem que ser duradouro para que a adaptação também seja. Temos peças para rodar no meio, que é o coração e pulmão do time, jogando com essa frequência? Não. Está totalmente ligado a aquilo que pode ser a maior criatividade e anarquismo de um determinado jogador. Jogador virtuoso precisa ter liberdade, mas para isso precisa ter uma equipe equilibrada por trás para permitir isso. Nesse momento nós não conseguimos ter?.

Enquanto aguarda a chegada de reforços para fortalecer o elenco , Caixinha tem buscado soluções dentro do plantel para compor um meio-campo que sustente a ?indisciplina e anarquismo? de Soteldo. Tomás Rincón, Diego Pituca e João Schmidt têm se alternado nas escalações, mas o técnico português ainda anseia por mais opções para a função.

A busca por um meio-campo robusto é crucial para o Santos , pois, como Caixinha ressalta, o setor é o "coração e pulmão" da equipe. A capacidade de equilibrar o time, permitindo que jogadores de talento como Soteldo atuem com liberdade, depende diretamente da solidez e da variedade de opções no meio-campo. A expectativa é que a diretoria do Santos atenda às necessidades do treinador, trazendo reforços que permitam um desempenho competitivo na temporada.